sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cheiros

    A minha relação mais imediata e sensível com as pessoas e os lugares estabelece-se através do olfato. Reconheço-lhe o poder de me seduzir para um local onde, em algum momento, despoletou sensações gratas, de me aproximar ou afastar de pessoas, de aderir ou recusar inconscientemente determinadas situações.
    Têm a intrigante capacidade de desencadear memórias de infância, de nos fazer cativar por um sítio ou uma pessoa, de nos levar a repetir comportamentos, de avaliar as pessoas. O mundo dos cheiros é fascinante; agradáveis, neutros, repelentes, intensos ou delicados, inesquecíveis ou apenas fugazes – aromatizam a vida.
    Como se regista e guarda no cérebro a memória de um cheiro? De que são feitos os cheiros? Quando “cheiramos” um odor ele entra em contacto connosco?
     Acredito que um dia saberei as respostas para estas perguntas, as quais vão certamente para além da biologia.

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