quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Os gatos da minha casa

    Um dia encontrei um pequeno gato na rua, amedrontado e sujo. Foi um dia feliz.
    A Mia (afinal era uma gata) trouxe à vida da minha família um afeto de um tipo novo. A minha mãe, mal a viu, rendeu-se. Foi amor à primeira vista e, na noite em que lhe liguei a avisar que estava prestes a ter as crias, terminou apressadamente uma reunião, anunciando que a Mia ia parir. Assistimos ao nascimento dos gatitos e ficamos com o Pepe.
    O desaparecimento da Mia trouxe um sofrimento desconhecido até então. A minha mãe procurou-a na cidade durante um mês, na expectativa de a encontrar. Vi-a na beira da estrada, longe de casa; tinha sido atropelada nesse dia. Está ao fundo do quintal, debaixo da figueira. Tal como o Fellini e a Luna que, posteriormente, nos deram o prazer de usufruir, ainda que brevemente, connosco.

    Resta o Pepe, o sobrevivente, e a certeza de que, mesmo transitoriamente, é um privilégio viver com estes bichos maravilhosos. 

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