Ter um irmão adolescente e viver num
constante sobressalto. Crescer implica correr riscos, enfrentar o desconhecido,
todos sabemos, mas não consigo deixar de o tentar proteger das ameaças, amaciar
as quedas, antecipar os perigos. A vida mostrou-me coisas a mais e sei que
ainda não as vi todas. Estou bem longe mas já fui dando uns passos.
A noção da fragilidade da vida quando se
está a começar a ensaiar a autonomia, a andar pelo próprio pé, a ser a única a
intervir nas decisões, assusta.
A sensação de medo e a consciência do seu paradoxo:
a sua inevitabilidade e, simultaneamente, a sua inutilidade. De que serve ter
medo? De nada mesmo, mas não consigo evitá-lo.
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